Quando reinventar-se não é uma opção…
Em meio a tantas incertezas, uma coisa se sabe: estamos em crise. Crise na saúde, na economia, na política, na carreira, e até mesmo crise existencial. Com as medidas para cuidar da saúde da população e evitar o caos no sistema, muitas empresas fecharam – e não só durante vigência de decretos – fecharam para sempre! Muitos desempregos, inclusive dos empreendedores. Neste contexto apresento uma proposta de reflexão: como reagir? O que o profissional pode fazer? Como sobreviver a isso tudo?
Pensando na pessoa, não na instituição, a resposta está na nossa capacidade de se reinventar. Aquela reconstrução pessoal e profissional, onde se aproveita as partes boas e inclui inovações. Ou mudança geral e radical, até mesmo de carreira. As crises são oportunidades forçadas para sair da famosa zona de conforto, aquele desconhecido lugar onde você guarda os sonhos numa caixa, vai trabalhar todos os dias fazendo a mesma coisa, porque no final do mês te pagam para isso. Forçadamente, chegou o momento de mudar, abrir a caixa e resgatar objetivos e planos para reconstruir a vida.
O momento proporciona a reflexão em todos os seres humanos. Quantas coisas simples ficaram mais evidentes e valorosas a partir do momento que foi iniciado o distanciamento social, que passamos mais tempo em casa com os familiares, dividindo tarefas e apreciando momentos que antes passavam despercebidos, ou nem existiam. O reinventar-se como pessoa também está acontecendo. A revisão de prioridades aconteceu naturalmente.
É poético falar, mas sabemos que em meio à dificuldade, começar do zero é muito difícil, principalmente com os recursos financeiros contados (ou zerados também). Mas não é impossível. A resiliência é aquela força que vem dentro, e que ninguém pode barrar. Só você pode olhar para dentro e se reinventar. Buscar seus talentos e criar o seu diferencial. Aprimorar algo que parecia apenas um hobby, e incrementar na sua profissão.
O que parece um cenário sombrio, pode ser a oportunidade que faltava para a mudança, buscar novas formas de ser e agir, resgatar objetivos e criar novos caminhos. O “normal” não volta mais. Teremos o novo. E nesse cenário você pode se encaixar muito bem! Por isso proponho uma reconstrução do profissional que habita em cada um. Com todos os novos atributos que precisamos buscar, necessariamente. O futuro é um mistério, mas ele vai acontecer. E depende das nossas atitudes e decisões de agora.
É o momento de se adaptar. No melhor dos mundos, ter ideias, objetivos e metas parece ser mais fácil quando tudo está indo bem. Mas quando nos encontramos em tempos de crise, reinventar-se não é uma opção. Nossa flexibilidade é colocada à prova, e a autoanálise chega até a doer. Mas é oportuno para que seja aflorado o novo profissional que o mercado vai precisar. Já está precisando. Resiliente, flexível, inovador. Isso tudo aliado ao novo ser que valoriza ainda mais as coisas simples e que sempre estiveram ao alcance. Reinventar-se é, na verdade, resgatar tudo de bom que já tinha e aprimorar.
Como nada é estático, vamos nos reinventar quantas vezes forem necessárias. É preciso olhar a situação tal como ela é, e tentar enxergar além das dificuldades. Planejar, fazer, adequar, colocar em prática… PDCA, ferramenta conhecida na Administração, muito utilizada para o aperfeiçoamento da gestão, e que se encaixa perfeitamente na situação, uma vez que é cíclica e permite análise e adequação das informações de maneira continuada. Vamos ao passo a passo:
P (Plan): Planejar é o primeiro passo, e muito importante, oportunidade de se identificar os problemas e determinar os planos de ação. Anote tudo, organize as ideias, considere todas as possibilidades.
D (Do): Fazer. Colocar o plano em prática, executar as ideias da melhor forma que puder, dentro das possibilidades criadas e adequadas para acontecer.
C (Check): Checar, verificar e monitorar o atingimento das metas e objetivos. Verificar os indicadores de maneira que possa clarificar as correções necessárias para chegar aos resultados estabelecidos.
A (Act): Ações corretivas, adequações e demais empenhos necessários no aperfeiçoamento do plano e execução.
A aplicação da ferramenta na gestão da sua carreira, ou nova carreira, é uma forma de profissionalizar e aperfeiçoar de maneira permanente as suas ações. O ciclo PDCA deve ser contínuo, suas etapas devem estar em constante desenvolvimento e atualização. Por mais complicada a situação, sempre haverá um caminho. Tenha coragem e nunca desista! O mundo se transforma e temos que nos transformar também. A reinvenção mais importante é a sua. Boa sorte e siga em frente!
Adm. Liz Dayane Paludetto Rodrigues
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