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Pós Covid-19: Economia, educação, relacionamentos, vida. O que vai mudar?

Pós Covid-19: Economia, educação, relacionamentos, vida. O que vai mudar?

Embora ainda não tenhamos chegado ao pico desta crise sanitária, de certa maneira estamos nos acostumando como um cenário de incertezas. E surge a pergunta: como será o mundo pós-pandemia? Não vou aqui descrever como cada um, cada setor está se adaptando à este momento. Publicamos diariamente histórias de superação, adaptação e medo.
Vou me deter num processo mais especulativo, buscando olhar um pouco mais a frente, num arriscado exercício de fazer previsões. Para isso conto com a gentil colaboração das empresárias Greide Cáceres e Kátia Burko.
Em âmbito local, como aponta Greidi, muitos empresários estão se reinventando, por sobrevivência mesmo. “Empresários e empresárias, eu acredito, vão mudar para melhor, aprender novas formas de vender e se posicionar. Ter uma rotina diferente”, disse a empresária. Para a líder do grupo Mulheres Empreendedoras de Guarapuava, as mudanças vêm tanto no campo pessoal como empresarial. “Começa o momento de ser mais “humano”, pensar no próximo, rever valores. Ao mesmo tempo, temos de ser criativos, melhorar o produto, entregar de forma diferente o serviço para continuar o negócio”, reflete Greidi.
Já para Kátia Burko, as mudanças vão ter impacto bem diferente, dependendo da condição social, educacional e intelectual de cada um. ““Eu creio que alguns vão mudar de forma radical. Irão alterar a forma como enxergam a vida e os seus negócios. Outras pessoas vão passar batidas por tudo isso. Os empresários perceberam que não existe uma verdadeira segurança. Mesmo quem tem caixa, tem planejamento, terá de se reformular. Estamos saindo da nossa zona de conforto, já que nada é sólido e nem podemos nos isolar em nosso setor, de alguma forma seremos afetados”, analisa Kátia. A empresária pondera que pessoalmente, as duas maiores lições que aprendeu com a crise até agora são sobre a mídia e o efeito China. “A grande mídia tem feito um papel pouco confiável nesta crise. Politizou a pandemia em nome de seus próprios interesses. Eu não confio em quase nada que vejo na televisão. Também creio que haverá uma mudança na forma como os países negociam com a China. Como não é uma democracia, seu papel em tudo isso é nebuloso. Penso que temos que voltar a valorizar os setores estratégicos em nome da segurança nacional”, salienta Kátia.
No Brasil, embora tenha havido muita politização da pandemia, pelo menos por enquanto, arrisco dizer que estamos enfrentando este momento de maneira corajosa. Percebe-se que mudanças que levariam décadas, estão sendo implementadas meio no susto.  É o caso das tecnologias e os investimentos em saúde. O recém anunciado plano Pró Brasil (apelidado de Plano Marshall pelos empresários), pode trazer algum alento para a economia. Mas traz junto o enorme desafio de fiscalizar e controlar um grande número de obras públicas. E especialmente manter afastada a corrupção. Outra face positiva tem sido o voluntariado, muita gente boa deixando de apenas criticar e compartilhar fake news para se engajar e ajudar o próximo.
A pandemia tem sido apontada por especialistas e historiadores como o advento que marca verdadeiramente o fim do século 20. Assim como o século 19 só terminou depois da Segunda Guerra Mundial, é a experiência humana que constrói o tempo. E que experiência.
Se o coronavírus será um acelerador de futuros só o tempo dirá. Algumas tendências contudo, já podem ser apontadas:  revisão de crenças e valores; repensar os hábitos de consumo; consolidação da Educação à Distância; redução da aglomeração; novos modelos de negócios de alimentação; shows e lives, com ainda mais tecnologia, vieram para ficar; trabalho à distância vai se fortalecer; vendas online se manterão aquecidas; busca por cursos que fazem repensar os propósitos de vida, além de cursos online de capacitação profissional serão intensificados.
Por fim devemos ter consciência de que os efeitos da pandemia devem durar quase dois anos, pois a Organização Mundial de Saúde calcula que sejam necessários pelo menos 18 meses para haver uma vacina.  Isso significa que os países devem alternar períodos de abertura e isolamento durante esse tempo. Então ainda é cedo para avaliar como ficam as atividades de lazer, viagens, cultura, gastronomia e entretenimento. Tempus arduis.

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