Autor: Adm. Mauricio Rocha Ferreira Júnior, Gestor, Professor, Coordenador de Curso e Delegado do CRA na Seccional de Jandaia do Sul
Considerando que além de desenvolver atividades de gestão, atuo na área de tecnologia da informação, sobretudo com suporte às atividades administrativas, eventualmente desenvolver e acompanhar o trabalho em home office fazia parte de minha rotina. Contudo durante esta pandemia o que era exceção virou regra.
Confesso que fiquei apreensivo no início em como gerenciar minha equipe de forma remota, e diante disso ainda pensava: Como os demais setores da empresa que não eram habituados com essa metodologia de trabalho se comportariam? Esta pergunta incomodava a mim e aos demais gestores da mesma forma, que, ainda, questionavam: “A produtividade no trabalho remoto cairia?”
Como grande parte das empresas ainda são conservadoras, existe um receio no ambiente empresarial que não se estando sob supervisão imediata, as atividades não são cumpridas.
Para que conseguíssemos vencer as adversidades impostas pelo isolamento social e darmos continuidade a todas as atividades da empresa, precisávamos rever o planejamento e a organização do trabalho, e tudo isso de forma muito rápida.
Durante reunião dos gestores e líderes de setores chegou-se à conclusão que a comunicação teria papel primordial para o bom andamento das atividades remotas, e o pensamento da chefia geral rumou justamente para pensarmos mais em “entregas”, e não somente em cumprimento do horário.
Foi neste momento que refleti sobre os principais ensinamentos repassados no Curso de Administração, pois muito se ouviu sobre a premissa básica da administração que é Planejar, Organizar, Dirigir, Controlar e Coordenar, assim como Comunicação, Participação, Envolvimento (que remete a entrega). Para enfrentar esse novo cenário, precisaríamos de novas Estratégias, outro ponto muito abordado durante o Curso.
Mais que em qualquer outro momento, estes conhecimentos adquiridos fazem-se necessários, e precisam ser postos em prática.
Ter uma estratégia definida para a empresa antes de qualquer situação de ameaça, faz parte do planejamento e certamente fará a diferença. Não me refiro a ter uma carta na manga “prevendo” uma possível pandemia, o que é impensável, mas sim em pensar aonde a empresa quer chegar independentemente do cenário em que se ela se encontra, considerando suas vulnerabilidades e turbulências do mercado. Se dentro deste contexto algo sai fora do planejado é necessário, a toque de caixa, diagnosticar os pontos fracos, as distorções e a nova realidade do ambiente externo, fazendo correções no planejamento outrora elaborado.
E aí retorno as preocupações iniciais. Os líderes de setores tiveram de rever seus planejamentos, as áreas de ação, o modus operandi teve de ser revisto, e até mesmo alguns pontos da estratégia inicial, pois as dificuldades de muitos executivos em colocar novas práticas e/ou novas estratégias é real por conta da resistência de muitos colaboradores e até gestores ao novo.
Fomos todos para o home office e com novas ferramentas e nova metodologia para o desenvolvimento de nossas atividades.
Passado algum tempo realizamos uma nova reunião, desta vez para avaliar nosso planejamento reformulado, e eis que surpreendentemente a gerencia geral comenta: “A produtividade não caiu, e em alguns setores até subiu”.
Neste momento percebi mais uma vez o valor do planejamento, organização e estratégia, e acima de tudo a agilidade na tomada de decisão.
Coloco a vocês três questões agora: Sua empresa tem uma estratégia com planejamento definido? Já pararam para analisar o impacto na falta dessa estratégia em situações de adversidade? Colocam em prática o que aprenderam sobre Administração?
É hora de refletirmos sobre isso.
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