Estamos passando por momentos difíceis com muito medo e insegurança devido a Pandemia da COVID-19, e com as empresas não poderia ser diferente, os impactos são grandes e imediatos. A grande maioria das regiões do país já emitiram decretos de restrição às atividades, como a determinação de fechamento de bares, academias, estabelecimentos de beleza, etc. Em outras já se sente uma enorme queda no consumo trazendo uma desaceleração da economia local, nacional e mundial.
O Governo tem anunciado uma série de medidas para reduzir o impacto da pandemia para as empresas, algumas delas já editadas e em funcionamento e outras dependendo ainda de publicação e regulamentação. Dentre as medidas já anunciadas destaca-se a postergação do prazo de pagamento do FGTS por 3 meses (publicada através da MP 927 de 22/03/2020), postergação do prazo de pagamento do Simples Nacional por 3 meses (publicada através da Resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional nº 152/2020), redução de 50% nas contribuições do Sistema S por 3 meses (Sistema S é o nome convencionado para chamar o conjunto de empresas de interesse de categorias profissionais como SESI, SENAI e SESC), simplificação das exigências para a contratação de crédito e dispensa de documentação (CND) para renegociação de créditos. O Governo ainda facilitou o desembaraço para os insumos e matérias primas industriais, permitiu e ainda está permitindo para as empresas que ainda não utilizaram desde recurso, a redução proporcional de salários e da jornada de trabalho em 25% ou 50%, de acordo com a regulamentação, sendo pago pelo governo o auxílio nesses percentuais sobre o valor da tabela do seguro de desemprego de acordo com o enquadramento da faixa salarial do colaborador. O Governo ainda proporcionou a possibilidade de antecipação de férias individuais e concessão de férias coletivas, o aproveitamento da antecipação de feriados e utilização de banco de horas para a compensação dos dias em que os colaboradores ficarem parados (publicada através da MP 927 de 22/03/2020).
E agora? O que devemos fazer com a gestão dos negócios para enfrentar este grande desafio? Que ações estratégicas devemos tomar em nossas empresas neste momento tão turbulento?. Primeiramente é necessário seguir todas as determinações e instruções emitidas pelo governo e pelos órgãos de saúde, para que possamos contribuir na desaceleração da transmissão da doença e preservar vidas humanas. Na sequência, atenção com os custos e despesas incorridos na empresa, devemos equilibrar os custos dentro das condições de que a empresa apresenta de faturamento e reduzir as despesas no limite para o funcionamento das operações, eliminar os gastos sobressalentes e proteger o capital de giro.
No segundo momento, relacionamos algumas ações emergenciais que poderão ajudar a sua empresa a passar por este momento turbulento, destacamos: acompanhar todas as alterações legais relacionadas a área fiscal e trabalhista em função das medidas emergenciais anunciadas, e de outras que poderão ajudar a sua empresa a passar por este momento difícil. Verificar quais colaboradores podem trabalhar home office (de casa), verificar os trabalhadores com férias vencidas e analisar a possibilidade de coloca-los imediatamente em férias, caso a empresa possa parar totalmente suas atividades, coloca-los em férias coletivas. Alterar turnos, horários e operações da empresa para evitar aglomerações ou grande fluxo de pessoal num mesmo local. Verificar a possibilidade postergação de pagamento de dívidas com bancos, fornecedores, etc, vários bancos já anunciaram a prorrogação e suspensão momentânea de dívidas.
As empresas devem planejar o fluxo de compra de insumos pelo período de 90 dias, adequando à demanda observando o maior prazo de entrega ou escassez, projetar o fluxo de recebimentos e pagamentos pelo menos por 90 dias com base em cenários de queda de faturamento e demanda. Analisar o planejamento estratégico da empresa quando aos produtos, serviços, clientes, fornecedores, mercado e marketing.
Os momentos ruins não são eternos, passaremos por este período de incertezas e inseguranças em pouco tempo, no entanto, a economia levará mais tempo para sua recuperação. Dessa forma, passado o período inicial e tomadas todas as medidas emergenciais, os empresários necessitam se dedicar mais a pensar no negócio e nas estratégias da empresa, buscando reduzir os efeitos negativos pós pandemia e aproveitar as oportunidades que venham surgir como: buscar incentivos fiscais através de regimes especiais de tributação, buscar a possibilidade de aproveitamento de créditos para redução imediata da carga tributária, analisar as operações, controle de processos e atividades visando sua adequação e otimização, desenvolver clientes, fornecedores e alianças estratégicas.
Há um tempo determinado para todas as coisas, tudo passa !!!
O administrador e professor Marcelo Rodrigues é mestre em Administração, Coordenador do Curso de Administração, Coordenador de Pós Graduação, Coordenador do Ciape – Centro Integrado de Apoio a Projetos Empresariais da Universidade Paranaense, unidade de Cianorte. É presidente do Codesc – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Cianorte e Delegado Regional do CRA/PR, Seccional de Cianorte.