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Empoderamento feminino é o segredo para inovar e empreender no mercado

Quem disse que empreendedorismo, startups, tecnologia e inovação não são assuntos de mulher está enganado. No segundo dia do III Fórum das Mulheres da Administração, um time feminino de peso se reuniu para tratar de todos esses temas e provar que é possível promover a equidade de gênero e contribuir para aumentar a representatividade feminina nesse cenário. O evento on-line é promovido pela Comissão Especial ADM Mulher do Conselho Federal de Administração (CFA).

A conselheira federal, Aline Mendonça, mediou o debate. Já no início, ela apresentou as participantes e destacou os objetivos do Fórum: oportunizar conhecimentos relacionados às áreas de atividade da profissional de Administração e contribuir para a ampliação da atuação dessas mulheres no mercado de trabalho.

Uma das palestrantes foi a Raquel Boechat, que é empreendedora há mais de 21 anos e sócia de empresas e projetos no Brasil e exterior, entre elas a Enfato, onde é responsável orientar lideranças e empresas para redesenhar seus negócios para o mercado internacional e startups a ingressarem em uma aceleradora no Canadá, país onde reside atualmente.

Recentemente, ela assumiu um projeto de expansão para o Brasil de uma aceleradora de iniciativas para mulheres focada em mineração. “A CEO dessa empresa identificou que as profissionais que atuam nesse setor têm dificuldade de assumir cargos maiores e se conectar com o mercado. Ao levar essa ideia para o nosso país,  queremos ajudá-las a entrar nesse meio, mas não só dentro de empresas mas também na cadeia de fornecedores”, disse.

Para ela, as mulheres têm muito a contribuir para a inovação. “Precisamos de união para ter mais espaço, para mudar essa cultura, que não é só no Brasil, mas está em vários países”, afirmou.

Em seguida, a empreendedora, escritora, financista e mentora co-founder na Orfeu Produções, Sabrina Quântica, começou a compartilhar sua experiência de inovação com o público a partir de uma provocação: pediu para que as participantes refletissem sobre quantas vezes cada uma inovou na carreira e no último ano. “Nossa sociedade ainda é patriarcal, mas temos que aprender a lidar com isso. Discute-se muito o quanto as mulheres podem ser inseridas nesse meio da inovação. Nesse momento, acredito que dependa mais delas do que dos homens. Não falo do sentimento de culpa, digo no sentido de aprender que devemos nos apropriar do nosso poder”, avisou.

Para tanto, ela propôs às mulheres uma mudança de mindset. “Já sabemos os pontos que devem ser melhorados, mas agora vamos agir e colocar em prática tudo isso”, sugeriu. Sabrina trabalhou muito tempo no mundo corporativo e, nesse percurso, focou em ser uma pessoa perfeita, a dita “mulher maravilha”. “A gente consegue dar conta de tudo por que somos, de fato, fortes, ou isso é uma construção social?”, questionou. Nessa tentativa de assumir as demandas, a mulher esquece dela. “O que eu posso fazer para mudar? Resgatar esse poder, que é só nosso!”, comentou.

A idealizadora do método “Musa Inspiradora” chamou a atenção, ainda, para o fato de que as mulheres não precisam competir com os homens. “São energias diferentes, que se complementam”, disse, convocando as profissionais para colocarem as ideias em prática e lembrou que é preciso resgatar o poder feminino por meio do autoconhecimento. Ao final, ela encerrou com uma frase do livro “O demônio da meia noite – uma anatomia da depressão”, de Andrew Solomon: “Se você salva as mulheres, dizem, elas por sua vez salvarão as crianças, e assim, traçando uma cadeia de influências, pode-se salvar o país.”.

A administradora e cofundadora da Intera, Paula Moraes, falou em seguida. A empresa que ela dirige é uma HR Tech voltada para o recrutamento digital de talentos, que oferece soluções focadas para atrair e pré-qualificar os melhores candidatos para o processo seletivo. “A mulher lutou muito para estar nesses espaços. Estamos mudando, a passos lentos, mas estamos. Estamos em um momento em que não basta só estar no mercado, é preciso inovar”, falou.

Os desafios relacionados à equidade de gênero são, segundo Paula, problemas complexos e, por isso, precisam de discussões profundas. “A mulher já começou a pegar o microfone, a assumir esse lugar de fala, a ascender dentro das empresas. Não foi ninguém que nos deu isso, a gente que conquistou esses espaços”, defendeu a jovem empreendedora.

Após o debate, as participantes responderam aos questionamentos do público. Mais de 500 pessoas prestigiaram o evento ao vivo, pelo CFAPlay. Para conferir o segundo dia do III Fórum das Mulheres da Administração na íntegra, clique aqui.

Ana Graciele Gonçalves

Assessoria de Comunicação CFA