Por Lorena Gramms
Administradora, Consultora e Conselheira do CRA-PR
No final de cada ano normalmente fazemos uma projeção do que queremos para o ano seguinte. Algumas pessoas fazem uma lista, outras um planejamento completo e estruturado e muitas, apenas pensam sobre o que desejam realizar. Então o ano começa, e vamos seguindo o ritmo que planejamos, porém, de uma hora para outra, tudo muda. E quando nos damos conta, parece que entramos em um filme! As notícias são alarmantes: um vírus altamente contagioso está se espalhando pelo mundo, atravessando fronteiras, contaminando e matando milhares de pessoas. O foco passa a ser os cuidados com a saúde, passamos a adotar práticas nunca antes experimentados ou imaginados: quarentena, isolamento social, álcool gel, lavar as mãos, máscaras, ritual de chegada em casa, e assim por diante!
E tudo fica incerto. Ninguém sabe quando a pandemia irá acabar… nem se irá acabar. O futuro parece esvanecer-se diante de nós. Muito do que planejamos já não vale mais, até porque nossos planos dependem também do nosso trabalho e renda. É nesse momento que muitas pessoas deixam-se dominar pela angústia, ansiedade, medo, pânico e desespero. Ou então ficam paralisados, inertes, esperando o mundo voltar ao “normal”, mas imaginando e temendo que talvez o normal que conhecíamos já tenha deixado de existir.
Como podemos fazer a autogestão para sairmos mais fortes e capazes desta pandemia? Em meu trabalho com gestão e desenvolvimento de pessoas nas organizações, um dos principais desafios, e condição essencial para o autodesenvolvimento, é a gestão das emoções. Inevitavelmente situações inesperadas e difíceis acontecem com todas as pessoas, seja em suas vidas profissionais ou pessoais, e a forma como cada um enfrenta tais acontecimentos é que faz a diferença. Viktor Frankl, sobrevivente de Auschwitz e autor do livro Em Busca de Sentido, afirma que “Entre o estímulo e a resposta há um espaço. Nesse espaço está nosso poder de escolher nossa resposta. E é nela que reside o crescimento e nossa liberdade”. Ou seja, não podemos impedir que situações indesejadas aconteçam, porém podemos escolher como iremos enfrentá-las.
Nestes tempos de Pandemia, podemos optar entre ficar lamentando o acontecido e desperdiçando energia falando sobre o assunto e tentando mudar o que não está em nossas mãos, ou rapidamente reagir, replanejar aquilo que nos diz respeito e seguir em frente. Susan David, pesquisadora e autora do livro Agilidade Emocional afirma que nossas emoções nos ajudam a nos comunicar com as outras pessoas, mas, principalmente, ajudam a nos comunicarmos com nós mesmos. Uma das chaves para a agilidade emocional é a ideia de que as emoções mandam mensagens importantes que temos que decifrar para escolher as melhores respostas emocionais. E quanto mais rápido fizermos tais escolhas, menor será o impacto negativo causado pelos imprevistos.
Então, temos que aprender a refletir e reconhecer o que estamos sentindo, identificar e dar nome às emoções, não se deixar influenciar por pessoas negativas e destrutivas, ver os fatos com objetividade e focar no que é importante neste momento. É hora de realinhar os planos e ocupar-se com eles, encurtar os prazos, buscar soluções, aprender todos os dias, inovar e viver um dia de cada vez.
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