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Administradores vão gerir empresas usadas pelo crime organizado

Um braço financeiro que opera em favor do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi alvo, nesta quarta-feira, 30 de setembro, da Operação Rei do Crime. A ação, deflagrada pela Polícia Federal (PF), em São Paulo, interditou mais de 70 empresas e, com a autorização da Justiça, bloqueou mais de R$ 730 milhões que estavam em contas bancárias.

A partir de agora, a gestão dessas empresas passará a ser feita pela a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e, por meio do convênio firmado com o Conselho Federal de Administração (CFA), os administradores do Sistema CFA/CRAs poderão ajudar o Poder Judiciário a avaliar e conduzir a gestão dos estabelecimentos empresariais apreendidos e declarados perdidos em favor da União.

Na época do lançamento do convênio firmado entre o CFA e a Senad, o secretário nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, Luiz Roberto Beggiora, destacou a importância da parceria. “Ela vai possibilitar auxiliar o Poder Judiciário com profissionais de conhecimento técnico especializado para fazer a gestão eficiente das empresas confiscadas das organizações criminosas, mantendo com isso os empregos e a sua atividade econômica. Permitirá, ainda a futura alienação judicial dessas empresas com competitividade e valor de mercado”, disse.

Segundo o diretor de Fiscalização e Registro do CFA, Carlos Alberto Ferreira Júnior, é preciso administrar os bens apreendidos a fim de evitar maiores prejuízos. “Sem gestão profissional eles vão se deteriorando. Precisamos manter esses ativos apreendidos funcionais e, de alguma forma, gerando produção, para que sejam avaliados, leiloados e alienados a favor da sociedade”, afirma.

Os profissionais de Administração registrados em CRA interessados em serem, possivelmente, Administradores Judiciais, nomeados por juiz, para administrarem os ativos apreendidos em operações da PF até irem a leilão podem mandar e-mail com currículo para o endereço oportunidadescfa@cfa.org.br. “Já estamos ultimando um cadastro (Banco de Dados) com os profissionais preparados para o desafio e o CFA terá a missão de indicar a Senad aqueles mais capacitados e qualificados para a gestão específica do bem apreendido. Os nomes dos profissionais serão, então, apresentados para a justiça, que decidirá quem fará a gestão do ativo. Profissional, mande o seu currículo!”, convoca o diretor do CFA, Carlos Alberto.

Rei do Crime

A operação foi batizada de Rei do Crime em alusão a empresários que fomentam e financiam organizações criminosas sem praticar as ações violentas por elas perpetradas. Na ação, foram indiciados 20 empresários que atuavam no setor de combustíveis.

A investigação da PF rastreou movimentações financeiras e percebeu que uma rede lavava dinheiro para a facção criminosa. O esquema ilícito tinha até a participação de uma distribuidora, mas também envolveu empresas com sólida atuação no mercado, laranjas e empresas de fachada.

Mais de 200 policiais cumpriram 13 mandados de prisão preventiva, 43 mandados de busca e apreensão e sequestro de 32 automóveis. Além de São Paulo, a ação ocorreu também em outras cidades:  Bauru (SP), Igaratá (SP), Mongaguá (SP), Guarujá (SP), Tremembé (SP), Londrina (PR), Curitiba (PR) e Balneário Camboriú (SC).

Ana Graciele Gonçalves

Assessoria de Comunicação CFA